
O chefe de Estado discursava no acto central comemorativo do Dia Mundial do Habitat, este ano assinalado em Luanda, sob o lema "Cidades Harmoniosas", por indicação da Organização das Nações Unidas (ONU).
Considerando a cifra, advogou que "não será um desafio fácil", mas o governo trabalha para oferecer habitação condigna aos cidadãos, conforme respondeu ao repto proposto pela secretária-geral adjunta das Nações Unidas, Anna Tibaijuka.
O estadista esclareceu que está em implementação um programa executivo, para o período 2008/2012, cujo objectivo central é proporcionar melhor habitação para todos, progressivamente, num ambiente cada vez mais saudável.
Neste sentido, adiantou que todas as áreas urbanas e suburbanas do país terão planos directores de desenvolvimento, visando a estruturação das cidades, de tal modo que satisfaçam as condições mínimas em termos de infra-estruturas e da procura da habitação.
Eduardo dos Santos disse estar em sintonia com as preocupações e a visão da ONU, que coloca aos países e organizações sociais a questão da habitação como necessidade básica do ser humano, fundamental para a construção de cidades e sociedades justas e democráticas.
Referiu que em Angola, como em quase todo mundo, o fenómeno da urbanização veio acompanhado de grandes problemas ambientais, tais como a produção de resíduos domésticos e industriais, a poluição, o aumento do consumo de energia e água, o surgimento de águas residuais, entre outros.
Para o Presidente, a adopção de uma política ambiental rigorosa e abrangente, para evitar ou minimizar os problemas, passaria, não apenas por legislar e sancionar, mas acima de tudo, educar, sensibilizar e formar consciências, dando conhecimentos aos cidadãos, empresários e a sociedade civil sobre as consequências que atitudes pouco reflectidas podem ter sobre o ambiente.
Disse ainda que tornou-se urgente e essencial promover a qualidade de vida nas cidades, através do desenvolvimento sustentado, que assente, fundamentalmente, no usufruto dos benefícios da natureza com a necessidade da sua preservação e no esclarecimento permanente sobre a forma de melhorar a relação entre o homem e o meio que o rodeia, com base na ética e no bom senso.
Revelou que o combate ao caos urbanísticos, instalado no país em consequência da prolongada guerra, está a ser feito através de modelos integradores (geográficos, económicos e ambientais), proibição da construção não autorizada, bem como de uma política que procura evitar assimetrias regionais e o abandono do interior.
José Eduardo dos Santos esclareceu ainda que as linhas de força traçadas orientam para uma cooperação activa entre a administração central e local do Estado, além do sector público e privado, com vista a execução de uma política que contribua para a geração de emprego, o desenvolvimento harmonioso dos centros urbanos, a eliminação da pobreza, da insegurança e das zonas degradadas e suburbanas.
Afirmou que na concretização dos objectivos propostos, em modelos integrados, intervêm capitais públicos e privados, já que estes"investidores (...) podem participar no desenvolvimento de espaços públicos de qualidade, na requalificação e revitalização dos centros urbanos, com inclusão social, bem como na valorização o território, em geral".
Enalteceu que o programa do Governo propõe-se desenvolver programas de apoio à elaboração de planos directores municipais,de ordenamento do território, definindo estratégias para a rede urbana, nas vertentes social e económica, sua interacção com os sectores agrícola, industrial, de logística, turismo e de infra-estruturas aeroportuárias, ferroviárias e outras.
Falou da humanização das cidades angolanas, através da criação de circuitos para peões e ciclovias, a maximização da utilização dos transportes públicos, como incentivo à diminuição da circulação automóvel nos centros de aglomerados urbanos, em especial nas áreas notáveis do ponto de vista histórico-cultural ou ambiental.
O Presidente da República disse esperar que na próxima vinda, a Luanda, da também directora executiva do Programa das Nações Unidas para os Assentamento Humanos, não volte a encontrar constrangimento com trânsito e "desfrute da beleza única da cidade que pretende inscrever-se, por mérito próprio, nos quadro de honra das cidade harmoniosas".
Estiveram na cerimónia os presidentes da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, e do Tribunal Supremo, Cristiano André, assim como o primeiro-ministro, António Paulo Kassoma.
Estiveram igualmente presentes deputados, membros do governo e do corpo diplomático, entre outras individualidades estrangeiras, representantes de empresas de construção e do ramo imobiliário, de bancos, de associações sócio-profissionais e comunitárias.
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