KIANGOLA


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quinta-feira, 31 de julho de 2008

BONGA O EMBAIXADOR

Dezasseis temas de sucesso, extraídos de um universo de mais de 400 canções, foram suficientes para o músico angolano Barceló de Carvalho "Bonga", um dos mais ferre-nhos defensores do ritmo semba, resumir terça-feira à noite, no Cine Tropical, em Luanda, os seus coroados 45 anos de carreira. O músico, trazido de volta ao país pela promotora de espectáculos Casa Blanca, esteve em palco durante uma hora e 24 minutos, tendo sido assistido por quase 370 pessoas, que não se cansaram de acompanhar e acarinhar o autor de "Kapiango". Suportado instrumentalmente pela banda Semba Master, liderada pelo guitarrista Betinho Feijó, o músico partilhou breves momentos no palco com o "sembista" Paulo Flores e a cantora Karina Santos. Carlos Burity e Dani L, os outros artistas anunciados pela promotora, não fizeram-se presentes à Gala de 45 anos de carreira do Bonga. O músico, que se mostrou bastante emocionado depois do "show", interpretou os temas "Kamacove", "Mona", "Homem do Saco", "Makongo", "Água Rara", "Monami", "Muadiakime", "Ília", "Ngana Ngonga", "Mariquinha", "Diakandumba", "Mulemba Xangola", "Kabolobo", "Sambila" e "Jingonça". Ao lado de Karina Santos, o veterano embaixador da música angolana partilhou a interpretação do tema "Lamento de Garina", enquanto com Paulo Flores, uma das jovens vozes mais conceituadas no país, cantou "Paxiningongo".
Questionado sobre a possibilidade de voltar a fixar residência em Angola, Bonga disse não constar dos seus planos, por enquanto, tendo em conta o prestígio e o perfil de vida que conseguiu ganhar na Europa. O músico disse igualmente que conseguiu aos poucos conquistar o mundo com uma música tipicamente angolana, no sentido formal e de estética, inicialmente considerada folclórica e pejorativa, daí ter sido rejeitada por muitos. “Isso tem o seu peso e o seu valor. Agora (...), vir residir em Angola, acabaria com essa projecção. Ainda não me foi feita nenhuma proposta nesse sentido, para que eu fosse o Roberto Carlos instalado no meu país de origem”, ironizou o músico, que disse ter a passagem pelo Olímpia de Paris como o momento mais marcante da sua carreira. “Olímpia de Paris foi muito sério, assim como em Roterdão, na Holanda, onde fiz os primeiros quatro discos. Os holandeses disseram, vamos pôr à prova esse tipo. Se no disco é assim, como é no espectáculo? E a gente ganhou, tanto que, todos os anos, eu vou quatro ou cinco vezes àquele país”, concluiu o embaixador da música angolana.

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