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quinta-feira, 31 de julho de 2008

GUITARRISTA BETINHO FEIJÓ PREVILEGIADO

O guitarrista angolano Betinho Feijó, da Banda Semba Masters, considerou-se privilegiado por instrumentalizar as canções de Barceló de Carvalho "Bonga", um "peso pesado" da música nacional, com o qual afirma ter portas abertas para mostrar-se e cruzar-se com o resto do mundo. Falando à Angop no final do espectáculo de consagração dos 45 anos de carreira do autor, realizado terça-feira à noite, no Cine Tropical, em Luanda, afirmou que o rigor musical daquele compositor e intérprete propiciam a melhoria das suas performances artísticas. "Com o Bonga só se aprende. A disciplina deve ser uma componente importante para a profissão e, com ele, tudo flúi na boa. O trabalho com Bonga dá-nos uma certa performance e permite-nos estar um bocadinho mais estáveis emocionalmente”, reconheceu o guitarrista no seu jeito tímido de expressar. Para Betinho Feijó, a música é dinâmica e, por isso, a sua banda aprende sempre, não só com o autor de “Homem do Saco, mas também com a apreciação do trabalho de outras bandas de referência, quer nacionais, quer estrangeiras. O guitarrista considerou-se orgulhoso de Bonga, pela sua qualidade vocal, melódica e de composição, dizendo tratar-se um artista que, a cada ano, mostra mais maturidade. “Ao longo desses anos ele só cresce, faz coisas bonitas. É para nós um motivo de orgulho, pois tem muito prestígio além fronteiras, apesar da idade. Está de parabéns o Bonga”, elogiou o “pivot” dos Semba Masters, que disse trabalhar com o embaixador da música angolana desde 1976. Questionado sobre o nível de progressão da música angolana, o conceituado instrumentista disse estar a estagnar em todos os sentidos, de uma maneira geral, pois, no seu entender, poucos músicos estudam de facto as várias correntes dessa manifestação artística. “Acho que precisamos estudar. São poucas as pessoas que tem estado a mostrar certa evolução. Todos precisamos aprimorar os conhecimentos, para melhor servirmos a qualidade da nossa música. Penso que está estacionária. Não vejo evolução quase nenhuma, de uma forma geral”. Para si, houve recentemente uma tentativa de evolução, que deixou de observar nos últimos tempos, afirmando não entender a razão dessa estagnação, tendo em conta o facto de o país já poder contar com várias escolas de música. O surgimento de ritmos juvenis como o kizomba, kuduro, tarraxinha e rap não constituem, para o artista, a razão dessa suposta estagnação, tendo inclusive aplaudido o surgimento de outros géneros musicais. Todavia, aconselhou aos jovens a apostar mais nos ritmos de raíz. “Ainda que não fizessem músicas de raiz, se nós pudéssemos sempre criar uma simbiose rítmica onde a componente angolana de raíz estivesse presente, marcaríamos sempre a diferença. Seria sempre uma fusão que o mundo gostaria de ouvir, pois havia de surpreender”, opinou.

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